Compaixão ao Próximo. Vivendo como Jesus viveu...
Compaixão ao Próximo. Vivendo como Jesus viveu...
Figura 1 - Ajuda Humanitária Pós Terremoto na Albânia. Vivendo
a Compaixão ao Próximo. Novembro de 2019. Foto: Henrique Davanso Pechoto – JMM.
Falar
sobre compaixão, nos remete a termos uma vida integra e prática segundo os
ensinamentos do nosso Rei Jesus Cristo. Entender a compaixão pelo olhar de
Jesus é sentir no coração o chamado para espalhar amor e ternura, como Ele fez.
Jesus não se limitou a pregar sobre ser compassivo; Ele mostrou isso no seu
dia a dia, tratando todos com igualdade e carinho, não importando quem fossem.
Quando
olhamos para Mateus 9:36, vemos Jesus olhando para a multidão com um coração
cheio de compaixão, percebendo o quanto estavam perdidos e precisando de ajuda,
como ovelhas sem um guia. Esse momento nos toca profundamente, mostrando o quão
sensível Ele era às necessidades de cada um. A história do Bom Samaritano, em
Lucas 10:33-34, é um exemplo clássico do que significa realmente ajudar o
próximo e ser compassivo. Jesus conta sobre um homem que, ao ver outro ferido,
não hesitou: cuidou de suas feridas e o levou para um lugar seguro. Essa
atitude é a verdadeira face da compaixão.
E
em João 8:7, Jesus nos ensina sobre a compaixão de uma maneira que desafia
nossos julgamentos. Ele defende uma mulher em uma situação difícil, lembrando a
todos que antes de apontar o dedo, devemos olhar para dentro de nós mesmos.
Viver
a compaixão como Jesus significa abrir nossos braços e corações, pedir perdão,
perdoar e ser gentil, sempre cuidando dos que estão à margem, sem esperar nada
em troca. A compaixão de Jesus ultrapassava qualquer barreira e era seguida por
ações que falavam mais alto que palavras, um exemplo que continua a inspirar e
guiar até hoje.
Nos escritor cristãos primitivos, o verbo “oiktirein” ocorre no no N.T somente no livro de Romanos: “Terei misericórdia de quem Eu quiser ter misericórdia e terei compai- xão de quem eu quiser ter compaixão” (Rm 9:15)[1].
A citação
acima, faz referência como Êx 33:19, onde
é paralelo a eleeín. O substantivo oiktirmós está sempre
no plural e denota a compaixão de Deus em Rm 12:1 e II Co. 1:3. No último versículo, Deus é o
Pai de quem toda compaixão procede e
é então concedida a todos. A compaixão humana está em questão em Fp. 2:1 e Cl.
3:12, especificamente a misericórdia do juiz ou da lei em Hb. 10:28. O único adjetivo usado no NT é oiktírmōn. Este se refere a Deus em Tg. 5:11 (Sl. 103:8; 111:4).
Ele também denota a misericórdia divina
em Lc. 6.36, onde serve de
base para uma admoestação (cf. Justin Apologia
15.13; Diálogo 96.3)[2].
Mostrar
Compaixão, bondade ou perdão com respeito a algo ou alguém. Em hebraico a
palavra רחם rḥm amar aparece
(42x), Piʿʿēl: Ex 33.19; Dt 13.17; 30.3; 1Re 8.50; 2Re
13.23; Sl 102.13; 103.13; 116.5; Is 9.17; 13.18; 14.1; 27.11;
30.18; 49.10, 13, 15; 54.8, 10; 55.7; 60.10, חוס ḥws perturbar-se; compadecer-se (3x), Qal:
Ne 13.22; Sal 72.13; Jr 21.7, em grego, οἰκτίρω oiktirō
ter compaixão (compadecer-me-ei e te- rei compaixão) (2x), Rm 9.15.
Nestes
sentidos, transmitir a compaixão, fazer conhe
cer a Deus pelo Seu amor, expressão
ou dar expressão ao amor compassivo
de Deus, dar voz, colocar em palavras ou expressões, mostrar compaixão em
bondade ou perdão com respeito a algo
ou alguém, exibir atos leais demonstrando a fidelidade de Deus em Seus atos, demonstrar bondade
e misericórdia, cle mência
e compaixão; enfim como se diz no interior do Brasil, “fazer das tripas ao
coração”, que significa transformar as adversidades em forças ou para descrever um esforço sobre hu
mano (SIGNIFICADOS)[3].
Entendendo
melhor a conexão da palavra compaixão em nosso
viver diário, surge a palavra
derivado do grego “pulsar”,
ou seja, o nosso coração vive pulsando, enquanto temos vida, o nosso coração pulsa continuamente.
A compaixão é vivida somente através de uma ação e
Je sus Cristo demonstrou isso através de suas ações no poder de Deus divinal vindo do próprio Deus sendo o próprio Deus encarnado aqui na terra, nosso Senhor Jesus Cristo. Em Gálatas 2:20 diz o seguinte:
“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e a Si mesmo se entregou por amor de mim”, (Gl. 2:20).
Viver
a compaixão é algo involuntário é algo que não
depende de nós como seres humanos é algo que só pode vir de Deus. Viver a compaixão é transmitir
um dos atributos de Deus para o nosso
próximo que é vivido em nós mesmos pela graça e misericórdia de Deus. Um dos atributos
de Deus que é a misericórdia, amor em compaixão, ou
seja, é o próprio Deus em Sua essência vivendo
através do nosso
amor pelo próximo.
A misericórdia de Deus descreve
sua focada dispo
sição de perdão compassivo para com o seu povo, especial- mente à luz das suas circunstâncias angustiantes e
terríveis. A misericórdia de Deus é um dos atributos comunicá-
veis de Deus, um atributo que os humanos
podem viver em seus relacionamentos uns com os outros. Em toda a Bíblia, a miseri- córdia de Deus é retratada, não apenas como disposição de Deus, mas como Sua ação em favor de um povo indigno. A Bíblia muitas vezes combina
outros atributos divinos
com “misericór dia”:
·
Compaixão, Graça, Fidelidade, Bondade,
Amor etc.
A
misericórdia é uma expressão relacional do caráter de Deus e flui de seus
atributos de bondade e amor. É um aspecto vital do relacionamento
pactual de Deus com seu povo baseado na graça. A misericórdia de Deus é
evidente sempre que Ele tarda o castigo, mesmo quando
seu povo está perdido em pecado e não
tem conhecimento das consequências relacionais
que este pecado acarreta (Ex 34:6-7; Ez. 33:10-11).
Quando
as circunstâncias do povo de Deus são terrí-
veis, devido a conflitos iminentes, perseguição física e espiri- tual ou outros tipos de sofrimentos,
aqueles que temem a Deus apelam precisamente ao seu atributo
misericordioso. Eles oram com a expectativa de que Ele agirá de boa vontade
e poderosa- mente como fez no passado (Dn 9:17-19; Sl
25:6-7; 51:1–2). Repetidas vezes nas
Escrituras Deus demonstra sua misericór- dia salvando, redimindo e
restaurando seu povo[4].
A
misericórdia é um atributo comunicável de Deus, a Bíblia também declara
que o povo de Deus deveria ter a mesma disposição para com os outros e que seu
povo deveria agir em seu favor
(Ef. 2:1-10).
No Novo Testamento, Jesus condena os fariseus por sua falta de misericórdia,
e acentua a importância da
misericórdia juntamente com a ação através de seu ensino e compaixão (Mt. 23:23–24; veja
também a parábola do bom samaritano em Lucas 19:25–37).
Jesus
não apenas ensina sobre a misericórdia e compaixão de Deus; Ele a incorpora, Ele vive a sua pregação
e nos ensina que misericórdia, amor, compaixão não é teoria,
mas sim a prática
diária do Cristão.
Em seu ofício como o “Filho de Davi”, ele demonstra o que é a revelação
física da misericórdia e compaixão de Deus (Mt
9:27-31). A misericórdia é intimamente ligada à compaixão pelos não alcançados,
tem
como objetivo, tirar o
pecador de sua miséria espiritual e levar a um
outro nível espiritual que o confronte com o pecado pelo sacrifício expiatório de Cristo que se abre um caminho
para o exercício da
misericórdia e compaixão para com os filhos dos homens, em harmonia
com as exigências da verdade
e da justi ça (Gn 19:19; Ex 20:6; 34:6, 7; Sl. 85:10; 86:15,
16).
Em Cristo a misericórdia e a verdade se encontram relacionando como propósito de Deus para toda humanidade a qual nós fazemos parte.
A misericórdia também é uma graça cristã
(Mt. 5:7; 18:33-35), seus
significados se equiparam com a compaixão em bondade, lealdade, fidelidade,
graça, favor, justiça, re tidão. Em
toda a Bíblia encontramos 233 vezes a misericórdia com estes significados com exemplos de “uso como sujeito”:
A sua misericórdia estende-se ao que o temem de geração
em geração sobre os que o temem. 5(Lc 1:50)
E como o “objeto”:
Ide, porém, e aprendei
o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar
justos, e sim pecadores [ao arrependimento]. (Mateus 9:13)
A Bíblia
nos mostra algumas palavras chaves com o próprio Deus falando ao seu povo:
6 Com que me apresentarei ao Senhor e me inclinarei ante o
Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?
7 Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de
azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo,
pelo pecado da minha alma? 8 Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é
o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e
andes humildemente com o teu Deus. [5]
Estes versos
demonstram como o Senhor falou aos profetas
como uma pregação moral. Miquéias retoma assim o conceito de justiça presente
em Amós (Am. 5:21–25), o concei- to de fidelidade e misericórdia, em Oséias (Os. 1:3) e os de fé e humildade,
em Isaías (Is. 2:6-17; 7:8-9).
Deus rejeita aqueles sacrifícios que são práticas meramente exteriores (1 Sm. 15:22-23; Pv. 21:3; Is. 1:11-14; Os. 6:6; Zc. 7:9-10).
O que Deus espera de cada um de nós hoje é que ame- mos o próximo como a nós mesmos, demonstrando a Sua compaixão pelo perdido ou necessitado! Não apenas de palavras ou somente quando
estamos dentro de uma igreja
ou entre amigos. O
verdadeiro sentido de compaixão somente
pode ser realizado
nas “práxis” do dia a dia, sem holofotes, ou seja, praticando o amor ao próximo,
indo até o não alcançado que os muitas
vezes.
NÓS
fomos escolhidos por JESUS para pregarmos a Sua palavra e levar a Sua compaixão a todos os povos, tribos
línguas e nação, empenhando-nos a fazer e cumprir esta tarefa ainda inacabada com compaixão
e amor pelo próximo, transformando a realidade espiritual, emocional e em todos os sentidos, daquele que não conhece a Jesus
Cristo, o filho de Deus.
Em Mateus 23:23, Jesus disse claramente: “Ai de vós, escribas
e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da horte- lã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça,
a misericórdia e a fé; porém, fazer estas coisas,
sem omitir aquelas!”. Não deixemos para os outros
a tarefa que o Senhor
nos designou e ordenou:
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo; (Mateus
28.19)
[1] Nova Versão Internacional (São Paulo: Sociedade
Bíblica Internacional, 2001), Rm 9.15.
[2] R. Bultmann, “oiktírō, oiktirmós, oiktírmōn”, ed. Gerhard Kittel,
Gerhard Friedrich, e Geof- frey W. Bromiley, trans. Thaís Pereira Gomes, Dicionário
Teológico do Novo Testamento (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013), 21.
V, 159–61
[3] SIGNIFICADOS. Significados. Significado de Compaixão. Dis-
ponível em: https://www.significados.com.br/compaixao/. Acesso em: 13 set. 2022.
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